Hoje, 8 de março, é celebrado o Dia Internacional da Mulher. Mais do que uma data comemorativa, este dia nos lembra da luta histórica de mulheres pela paridade de gêneros, tema que, inclusive, consta na Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, a qual foi adotada em 2015 pela Assembleia Geral das Nações Unidas.
A ArtCult é uma agência liderada por uma mulher e com várias mulheres na sua equipe, por isso hoje trouxemos para você algumas das mulheres que foram e são mais influentes na arte moderna e contemporânea.
Black Lives Matter: Alicia Garza, Patrisse Cullors e Opal Tometi
Este coletivo de origem americana foi criado em 2013 por Alicia Garza, Patrisse Cullors e Opal Tometi, e realiza protestos contra a violência às pessoas negras, principalmente em casos de assassinatos por policiais, discriminação e desigualdade racial.
Ele obteve a primeira posição no ranking Power 100 de 2020 da revista Art Review, o qual divulga anualmente as 100 figuras mais importantes do mundo da arte.
Este grupo ganhou forte repercussão midiática internacional após o assassinato de George Floyd em 25 de maio. O homem negro foi asfixiado por um policial em Minneapolis, nos EUA, o que gerou uma onda de manifestações em centenas de cidades reivindicando justiça e colocando em pauta o racismo.
O coletivo obteve relevância no mundo da arte ao questionar não somente estruturas de poder óbvias, mas também veladas, como o racismo estrutural. Com base no princípio de que os valores da sociedade são consagrados pela cultura que ela valoriza, o sistema da arte foi posto no centro de debates sobre identidade, representatividade e reprodução de injustiças.
Consequentemente, as ideias difundidas pelo coletivo influenciaram diretamente o trabalho de diversos artistas, além de ampliar o questionamento quanto à ausência de agentes e artistas das minorias em galerias, museus e premiações, e influenciar a expansão do discurso decolonial, inclusive junto a colecionadores.
Veja também nosso post sobre: “Ranking Power 100 da Art Review (2020”
Yayoi Kusama
A artista plástica japonesa de 91 anos trabalha com diversos formatos: de pinturas e esculturas a instalações. Seu trabalho tem referências do modernismo, surrealismo e minimalismo, com padrões de acumulação e repetição. Daí nasce sua marca registrada: o uso de formas de pontos e bolas acumuladas.
Segundo a própria pintora, essas formas são fruto de visões distorcidas e da esquizofrenia que ela tem desde criança, e a arte surgiu na sua vida como uma forma de expressar o mundo como ela enxerga e mostrar isso para as pessoas. Atualmente ela ainda sofre com essas alucinações e, desde a década de 1970, habita voluntariamente um hospital psiquiátrico no Japão.
Marina Abramovic
Marina Abramovic é uma artista performática sérvia que explora muito a relação entre artista e plateia e os limites do corpo.
Um de seus trabalhos mais memoráveis foi a performance The Lovers (1988), onde ela e seu então parceiro Ulay começaram andando de lados opostos da Muralha da China, e, ao se encontrarem no meio, se despediram e cada um continuou para seu lado; essa obra simbolizava a separação do casal e eles só iriam se encontrar novamente em 2010, durante uma retrospectiva da carreira de Marina no MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova York), na qual durante os três meses de exposição ela realizou a performance “The Artist is Present”, onde qualquer pessoa que quisesse podia ficar um minuto sentado em silêncio de frente para a artista.
Sheikha Al-Mayassa
A Sheikha Al-Mayassa é uma princesa do Qatar, o país mais rico do mundo, filha do ex-Emir Hamad bin Khalifa Al-Thani e irmã do atual Emir Sheikh Tamim bin Hamad Al Thani.
Atualmente ela é presidenta do Qatar Museums Authority, além de filantropa e colecionadora de arte. Estima-se que a princesa gaste US$ 1 bilhão por ano em arte, e há o rumor de que ela teria adquirido em 2012 a obra “The Card Players”, de Cézanne, leiloada por US$ 250 milhões, e, em 2015, “When Will You Marry”, de Gauguin, por US$ 210 milhões.
Helen Anne Molesworth
Helen Anne Molesworth é uma curadora de arte contemporânea americana que sabe transcrever bem todas as histórias por trás das artes expostas e, em vários momentos, conseguiu juntar a arte com o ativismo, como no seu livro “This Will Have Been: Art, Love & Politics in the 1980s”, onde ela trata de racismo, AIDS e feminismo na arte.
Além disso, Helen foi chefe do departamento de museus de arte moderna e contemporânea em Harvard, curadora do Institute of Contemporary Art (ICA) em Boston, e curadora chefe no Museum of Contemporary Art (MOCA) em Los Angeles.
Beatriz Milhazes
Beatriz Milhazes é uma das artistas brasileiras contemporâneas com maior reconhecimento internacional. Suas pinturas são conhecidas por misturar elementos considerados tradicionais da cultura sul-americana com elementos modernistas.
Já expôs em museus como o Museum of Modern Art (MoMA) e o Musee d’Art Moderne de la Ville de Paris, e alguns de seus trabalhos compõem as coleções permanentes do Moma, Guggenheim, Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia e Banco Itaú.
Tarsila do Amaral
Nascida em Capivari, no interior de São Paulo, Tarsila é uma das pintoras modernistas mais célebres do Brasil. Entre os aspectos marcantes de suas obras estão as cores, as quais eram fortes e contrastantes; a temática de paisagens urbanas, rurais e do folclore brasileiro; e algumas técnicas do cubismo.
Tarsila veio a falecer em janeiro de 1973, mas seu legado continua: em dezembro de 2020 sua obra “A Caipirinha” foi leiloada por R$ 57,5 milhões e quebrou o recorde do maior valor já pago em uma obra brasileira em venda pública.
Veja também nosso post sobre: “As 10 obras de arte com as cifras mais altas vendidas em leilões online em 2020”
Tomie Ohtake
Tomie Ohtake foi uma artista japonesa radicada no Brasil que se tornou mais conhecida após seus 50 anos, quando começou a realizar exposições, inclusive em Bienais Internacionais, como a de São Paulo e Veneza.
É considerada a “dama das artes plásticas brasileira” e seu nome é um dos mais importantes do abstracionismo informal. Ela se destacava na pintura, escultura e gravura através de formas geométricas orgânicas e um grande controle do processo.
Tomie faleceu em 2015, mas seu legado continua vivo inspirando diversos artistas Brasil afora e por meio do Instituto Tomie Ohtake, o qual foi inaugurado em 2001 em São Paulo e realiza exposições nacionais e internacionais.
Raquel Arnaud
Raquel Arnaud é uma das galeristas mais antigas e consolidadas do Brasil. Em 1973 abriu junto com Mônica Filgueiras o Gabinete de Artes Gráficas, que, após a sociedade se desfazer em 1980, passou a se chamar Gabinete de Arte Raquel Arnaud. Seu foco é no segmento da abstração geométrica, e já representou artistas como Amilcar de Castro, Lygia Clark e Waltercio Caldas.
Em 1997, Raquel fundou o Instituto de Arte Contemporânea (IAC), que é a única instituição brasileira que cataloga documentos de artistas. Somente em 2011 sua galeria passou a ter o nome atual: Galeria Raquel Arnaud, a qual no mesmo ano mudou de endereço e passou a explorar outros ramos das artes, como a fotografia.
Luisa Strina
Junto a Raquel Arnaud, Luisa Strina é uma das galeristas mais antigas e prestigiadas do país. Abriu sua galeria homônima em 1974 em São Paulo, e, nesta mesma época, introduziu ao mercado diversos artistas renomados, como Cildo Meireles, Tunga e Antonio Dias.
Em 1992, sua galeria foi a primeira da América Latina a participar da feira Art Basel, e, em 2015, Luisa foi considerada a 55ª pessoa mais influente no mundo da arte no ranking Power 100 da revista Art Review.
E você? Quais mulheres do mundo da arte você admira?
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