Hoje continuamos nossa série sobre movimentos artísticos. Já falamos aqui sobre o Impressionismo, Pós-Impressionismo, Expressionismo e Arte Naïf, e hoje discutiremos o Japonismo.
O Japonismo surgiu na segunda metade do século XIX, na Europa, a partir da grande circulação da arte e cultura japonesa no continente, devido a abertura do país e a colonização britânica. Mais precisamente, a ascensão deste movimento foi a partir de quando, em 1872, a revista La Renaissance littéraire et artistique publicou diversos artigos com estampas de xilogravuras japonesas.
Foi dado início a uma série de estudos da arte japonesa a qual passou a influenciar o trabalho de diversos artistas europeus, principalmente os Impressionistas e os Pós-Impressionistas.
A xilogravura japonesa chamada de Ukiyo-e chamou a atenção dos artistas da Europa pelas cores, composições, diagonais, perspectivas e assimetria. Ao adotar fundos coloridos, exteriores realistas e cenas interiores, houve uma simplificação das cores e da perspectiva. Ao contrário do que se pensa, o Japonismo não foi uma cópia de técnicas japonesas, mas uma fusão delas com as europeias.
Principais Artistas
Édouard Manet (1832-1883) foi um pintor francês que, embora impressionista, era bastante influenciado pelo realismo. Utilizava jogos de luz e sombra, além de formas simplificadas. Manet incorporou do Japonismo temáticas do cotidiano, perspectivas planas, cores brilhantes, simetria diagonal e um ponto de vista próximo ao objeto.
Vincent van Gogh (1853–1890): este pintor holandês pintou somente nos seus últimos 10 anos de vida e vendeu apenas uma obra em vida. Porém, isso não impediu que se tornasse um dos pintores mais importantes da história da arte.
No início de sua carreira pintava com cores sombrias a vida da classe trabalhadora e o realismo social; já a partir de 1886, quando foi para Paris e conheceu artistas impressionistas, teve contato também com a cultura japonesa. Trocou as cores escuras e paisagens sombrias por cores mais vibrantes e paisagens e cenas do cotidiano japonês; passou a deixar o horizonte para fora da pintura; e adotou cortes abruptos nos motivos de fundo.
Claude Monet (1840-1926) foi um pintor francês impressionista dedicado à representação do instante e, por isso, não se dedicava tanto aos detalhes. Por causa disso, recebeu diversas críticas no decorrer de sua carreira.
Era muito interessado na pintura ao ar livre e nos efeitos da luz, de modo que pintava as mesmas paisagens em diferentes horas do dia e épocas do ano. Do Japonismo veio seu interesse por pontes, flores e rios, além de seu uso da composição, ausência de simetria e uso da perspectiva.
Edgar Degas (1834-1917) foi um pintor, escultor, gravurista e fotógrafo francês. Suas pinturas mais famosas remontam ao movimento impressionista, quando pintava o interior de ambientes e usava luz artificial; gostava de retratar um instante da vida das pessoas, e, principalmente, movimentos e expressões típicos do ballet, sua temática preferida.
O Japonismo influenciou sua obra pela adoção de linhas para dividir cenas individuais, o foco no cotidiano e o ponto de vista de quem está inserido no quadro, muito próximo de quem é retratado.
James McNeil Whistler (1834-1903) foi um artista americano que morou muito tempo na Grã-Bretanha. Por isso, teve contato com a arte e cultura japonesas e foi influenciado pela composição assimétrica e uso dramático da perspectiva.
O Japonismo foi um movimento artístico que influenciou na obra de diversos artistas impressionistas e pós-impressionistas, e, consequentemente, em diversas vanguardas posteriores no século XX. Sua grande importância na história da arte está nas sutilezas agregadas aos estilos europeus dos artistas, como a perspectiva, as cores e a composição.
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