Vivian Maier, fotógrafa nascida na cidade de Nova York, passou a maior parte de sua juventude na França. Em 1951, retornou aos Estados Unidos e sua ocupação profissional passou a ser babá, e nos momentos de lazer, a fotografia.
Em 1952, adquiriu a câmera Rolleiflex, na época um aparelho compacto, duradouro e famoso, que lhe permitia fotografar seu entorno, a cidade, o cotidiano, as pessoas mais pobres na sua espontaneidade e também registrar sua própria imagem pelas ruas no dia a dia.
Esse trabalho sobre a auto imagem é um dos pontos mais marcante no trabalho de Maier, buscando se ver e se rever de diferentes formas, explorando a materialidade dos espaços e o jogo com objetos que refletem, a possibilidade de sombras, e do contraste entre claro e escuro, a artista traz à tona, muito antes dos smartphones e da câmera frontal, a selfie. O olhar para si a partir de si, o diálogo entre a arte e a realidade, entre a percepção e o autoconhecimento.
Ao olhar a arte da pintura também notamos como a questão do retrato é presente, “Monalisa” o quadro mais conhecido nesse aspecto, ainda hoje gera debates, quem era aquela mulher, o que estaria pensando, qual seria sua história? Traçando um paralelo, quando nos deparamos com as fotografias de Vivian Maier essas questões igualmente surgem, como seria sua rotina de babá? Quais seriam seus sonhos e desejos? E as pessoas que ela fotografava pelo espaço urbano, quem são esses rostos?
A artista desconhecida: Autorretratos e fotografias urbanas
A fotografia tem essa capacidade de criar imaginários a partir das composições visuais, de contar histórias, traçar relatos e propor uma conversa entre artista e público.
Entretanto, a potente produção artística de Vivian demorou a ter reconhecimento, apenas após John Maloof ter comprado em um leilão um pacote de negativos, sem saber direito a autoria das fotografias e a importância da fotógrafa.
Após isso, as fotografias ganharam o mundo e até um documentário sobre a artista foi realizado em 2013, o “Finding Vivian Maier”, escrito e dirigido pelo próprio John e por Charlie Siskel. O filme traça a vida de Maier e as mais de 100.000 fotografias que lhe rendaram reconhecimento póstumo como uma das fotógrafas de rua mais talentosas. Além disso, o livro “Vivian Maier: A Photographer Found” presta homenagem à carreira da artista.
Por fim, em 2015 o MIS (Museu da Imagem e do Som de São Paulo), realizou uma exposição com a série intitulada “O mundo revelado de Vivian Maier” desvendando parte da obra dessa fotógrafa norte-americana, contou com curadoria de Anne Morin e a exposição apresentou 101 fotografias e nove filmes super-8 mm ao público.
Notamos que todos os esforços atuais giram em torno de finalmente fazer Vivian conhecida e referência da street photography, além de sua gigantesca contribuição para a estética e as contradições das “selfies”.
Um dos pilares da arte com certeza é a difusão de informações e conhecimentos, aqui na ArtCult acreditamos muito em contar um pouco sobre a vida dos artistas para nos inspirarmos e pensarmos sobre a nossa própria produção artística e cultural!
O que você faz que você não conta para o mundo? Suas obras também ficam guardadas, esperando alguém encontrá-las algum dia? Vivian poderia não ter tido a sorte de ser descoberta e, portanto, nunca seria mencionada. Pense nisso e não tenha medo de investir no seu trabalho e na circulação dele pelo mundo!
Para conferir a obra de Vivian Maier, basta acessar o site oficial da fotógrafa!
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