Com o fechamento temporário de galerias e museus devido a pandemia de Covid-19, foi necessária a adaptação à realidade de isolamento social e lockdown, dessa forma as principais casas de leilão, como Christie’s, Sotheby’s e Phillips, viram a necessidade de aumentar o volume de eventos e leilões online e, pouco a pouco também os híbridos (online e presencial), para continuar atendendo a demanda dos mercados nos quais atuam. 

Diversas obras ultrapassaram seu valor estimado de venda, entre elas, Triptych Inspired by the Oresteia of Aeschylus, 1981, de Francis Bacon, a qual teve o martelo batido por $84,6 milhões. Ainda assim, em 2020 somente duas obras de arte ultrapassaram a casa dos $50 milhões,  número que foi batido por nove em 2019. Abaixo estão as 10 obras de arte mais caras vendidas publicamente em 2020.

1ª Francis Bacon, Triptych Inspired by the Oresteia of Aeschylus (1981)

Francis Bacon, Triptych Inspired by the Oresteia of Aeschylus (1981)
Francis Bacon, Triptych Inspired by the Oresteia of Aeschylus (1981)

A Sotheby’s realizou em 30 de julho um leilão online transmitido para Nova York, Londres e Hong Kong, onde foi vendido Triptych Inspired by the Oresteia of Aeschylus, de Francis Bacon, por $84,6 milhões. 

A obra é uma trilogia baseada em histórias de tragédias gregas de cerca de cinco séculos antes de Cristo e foi colocada à venda por uma fundação do bilionário norueguês Hans Rasmus Astrup, o qual a adquiriu em 1987.

Foi a primeira aparição dela em um leilão, mas diz-se que já foi vendida de forma privada anteriormente. Por isso, é o terceiro maior preço alcançado por uma obra do artista em um leilão. O maior foi de Three Studies of Lucian Freud (1969), leiloada por $142,4 milhões em 2013, e o segundo maior foi de Triptych (1976), leiloada por $86 milhões em 2008.

2ª Wu Bin, Ten Views of a Lingbi Rock (1610)

Wu Bin, Ten Views of a Lingbi Rock (1610)
Wu Bin, Ten Views of a Lingbi Rock (1610)

A Poly Auction, em Pequim, China, operacionalizou  em 18 de outubro a transação da obra Ten Views of Lingbi Rock, de Wu Bin, para um americano por $76,6 milhões, esta foi a obra chinesa do período clássico (Dinastia Ming: 1368-1644) mais cara já vendida em um leilão.

O pergaminho mostra 10 diferentes pontos de vista de uma única pedra da região de Lingbi, na província de Anhui, no leste da China. Interessante lembrar que esta também foi a primeira pintura chinesa a atingir um milhão de dólares na Sotheby’s, em 1989.

3ª Roy Lichtenstein, Nude With Joyous Painting (1994)

Roy Lichtenstein, Nude with Joyous Painting (1994)
Roy Lichtenstein, Nude with Joyous Painting (1994)

A Christie’s transmitiu um leilão online em 10 de julhopara Hong Kong, Paris, Londres e Nova York, vendeu para um cliente asiático Nude with Joyous Painting, de Roy Lichtenstein, por $46,2 milhões.

A obra segue o estilo típico deste artista da Pop Art, com os pontos Ben Day e o nude feminino, muito comum na década de 1960, época dos trabalhos mais valiosos de Roy. A primeira venda da pintura ocorreu na galeria de Leo Castelli em 1994, e essa foi a primeira vez que a obra apareceu em um leilão, sendo a terceira mais cara do pintor.

4ª Ren Renfa, Five Drunken Princes Returning on Horseback (13th Century–14th Century)

Ren Renfa, Five Drunken Princes Returning on Horseback (Séculos 13-14)
Ren Renfa, Five Drunken Princes Returning on Horseback (Séculos 13-14)

Com mais de 100 lances, a Sotheby’s Hong Kong vendeu em 8 de outubro Five Drunken Princes Returning on Horseback, de Ren Renfa, por $41,8 milhões. A pintura de nanquim mostra cinco príncipes da dinastia Tang andando a cavalo bêbados, e foi adquirida pelo Long Museum em Xangai, China. 

5ª David Hockney, Nichols Canyon (1980)

David Hockney, Nichols Canyon (1980)
David Hockney, Nichols Canyon (1980)

A pintura Nichols Canyon (1980) que retrata a paisagem cujo artista David Hockney via diariamente quando ia para seu trabalho na Califórnia (EUA), foi vendida em 7 de dezembro pela Phillips de Nova York por $41 milhões, um recorde para as paisagens do pintor. O comprador foi o colecionador Richard Hedreen de Seattle, EUA.

6ª Cy Twombly, Untitled (Bolsena) (1969)

Cy Twombly, Untitled (Bolsena) (1969)
Cy Twombly, Untitled (Bolsena) (1969)

Com preço estimado de venda entre $35 milhões e $50 milhões, Untitled (Bolsena), de Cy Twombly, foi vendida pela Christie’s de Nova York por $38,7 milhões em 6 de outubro.

A arte, que mistura diferentes tipos de técnicas, segue as linhas e pictogramas típicos da artista. No último leilão que apareceu, em maio de 1992, foi vendida por $1,65 milhões; no mesmo ano, Gagosian a vendeu para o bilionário Ronald Perelman, o qual a revendeu agora em 2020.

7ª Sanyu, Quatre Nus (Década de 1950)

Sanyu, Quatre Nus (Década de 1950)
Sanyu, Quatre Nus (Década de 1950)

A obra Quatre Nus, do pintor Samyo, considerado o Matisse chinês, foi vendida por $33,3 milhões pela Sotheby’s de Hong Kong em 8 de julho.

A pintura chama a atenção por dois detalhes: ela mostra mulheres nuas, algo característico da identidade do artista, e elas serem quatro, visto que este número é carregado de grande superstição na cultura chinesa, pois sua pronúncia é similar a da palavra “morte” em mandarim.

Sua aparição anterior em um leilão havia sido em 2005, quando foi vendido por $2,1 milhões na Christie’s Hong Kong.

8ª Mark Rothko, Untitled (1967)

Mark Rothko, Untitled (1967)
Mark Rothko, Untitled (1967)

A pintura Untitled foi leiloada pela Christie’s em Nova York dia 6 de outubro, por $31,3 milhões, e decepcionou alguns agentes do mercado da arte visto que o valor mínimo estimado para seu leilão era de $30 milhões.

Foi vendida pelo investidor bilionário Ronald Perelman, o qual a adquiriu em 2002, numa compra privada. A última vez que ela tinha ido a leilão havia sido em 1998, quando foi vendida por $1,2 milhões.

9ª Brice Marden, Complements (2004–07)

Brice Marden, Complements (2004–7)
Brice Marden, Complements (2004–7)

A Christie’s vendeu em 10 de julho Complements, de Brice Marden, por $30,9 milhões, quebrando o recorde anterior de $10,9 milhões numa obra do artista.

A pintura veio do espólio do ex-presidente do conselho do MoMA, Donald Marron, o qual faleceu no ano passado.

10ª Barnett Newman, Onement V (1952)

Barnett Newman, Onement V (1952)
Barnett Newman, Onement V (1952)

A pintura Onement V, 1952, foi leiloada em 10 de julho, na Christie’s, em Nova York, e o lance ganhador foi de $30,9 milhões. A obra carrega o “zip”, que é uma divisão no meio do quadro a qual se tornou um dos símbolos do pintor Barnett Newman.


Obra de arte mais cara vendida no Brasil em 2020: A Caipirinha (1923), de Tarsila do Amaral

Tarsila do Amaral, A Caipirinha (1923)
Tarsila do Amaral, A Caipirinha (1923)

A casa de leilões Bolsa de Arte vendeu no dia 17 de dezembro A Caipirinha, de Tarsila do Amaral, por $11,2 milhões (57,2 milhões de reais), quebrando o recorde da obra mais cara já vendida publicamente no Brasil.

O recorde anterior era de Vaso de flores, de Guignard, vendido em 2015 por $1,12 milhões (5,7 milhões de reais), e, anteriormente a ele, de Modulated Surface Nº4, de Lygia Clark, vendido em 2013 por $1 milhão (5,3 milhões de reais).

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