Pessoas do mundo todo que prestigiam e comercializam arte, esperam ansiosas para saber os calendários e presenciar as feiras nacionais e internacionais de arte. Uma das principais feiras do circuito das artes, a SP-Arte acabou por suspender sua edição em março deste ano. O motivo do adiamento da maior feira do país veio como resposta ao período de afastamento social, causado pela transmissão e contaminação da pandemia do coronavírus, fazendo com que a organização do evento realizasse um comunicado oficial para adiar seu calendário em prol da segurança e saúde de seus expositores e visitantes.
Outra feiras internacionais de peso esse ano também não irão acontecer. A Art Basel Hong Kong e a ArteBA (realizada em Buenos Aires) também foram adiadas em prol do afastamento social, fazendo com que as organizações adotassem um novo posicionamento em meio ao mercado de arte, com o remanejamento das feiras e dos eventos artísticos.
A aposta da internet em tempos de coronavírus
Galeristas, artistas, marchands, colecionadores e o público que prestigia a arte passam por uma grande mudança nas dinâmicas da economia da arte. Para manter o vínculo de quem gosta com quem comercializa e prestigia as obras, galeristas do mundo todo vêm transformando sua forma de atender os colecionadores, marchands e o público em geral investindo bastante na presença digital das galerias.
Quem já frequentou as feiras de arte sabe que existe uma mega organização por trás dos eventos, capaz de mobilizar diversos mecanismos e profissionais do mercado para entregar a melhor experiência dentro do circuito das feiras, que hoje somam mais de 40 em todo o mundo. A movimentação de recursos durante as feiras de arte funcionam como um verdadeiro termômetro para os artistas e interessados em adquirir obras de arte, um mecanismo vivo que oscila de acordo com inúmeros parâmetros, como por exemplo, o histórico e a notoriedade dos artistas.
Além de mobilizar o mercado da arte, as feiras ajudam a impulsionar o turismo de diversas cidades pelo mundo, seja nas Américas, Oceania, Europa e, principalmente, na Ásia. Muitos galeristas saem com ativos financeiros que podem alcançar até a 70% do seu faturamento em vendas de obras de arte. Uma realidade que teve de adaptar-se em meio ao cenário da contaminação do novo coronavírus com ações de governos do mundo todo impondo o afastamento social e medidas de controle e segurança para as populações.
Para manter a conexão entre quem produz, comercializa, divulga ou lida com as artes e o público, a internet trouxe uma nova e eficiente solução na forma de reorganizar o panorama desses circuitos artísticos e manter os espectadores e amantes das artes mais próximos e informados sobre o mercado e as dinâmicas das exposições.
Ganhando presença digital e impulsionando a arte
Com o futuro incerto a respeito do cronograma de exposições e feiras de arte, o relacionamento com colecionadores, compradores e o público pode ganhar uma nova forma de contato, a partir do mundo virtual, com apostas significativas no posicionamento das galerias na internet.
A entrega de conteúdos atualizados com dados do mercado, informações sobre obras e artistas, além da maior possibilidade de interação por meio das mídias digitais, trouxe novos ares para quem entende, gosta e participa do universo das artes, incentivando também os interessados em se aproximar mais deste universo. Além das Galerias, as Instituições Culturais também remanejaram seus esforços em prol do acesso online aos seus conteúdos.
A rede social do Instagram, principal ferramenta de promoção visual de conteúdo, é uma das mais usadas por artistas, galeristas, feiras e instituições culturais, moldando um futuro para as tendências e experiências em relação à arte. Com o propósito de instigar, cativar e manter o fluxo de informação sobre as questões artísticas, as redes sociais são capazes de alcançar um número muito maior de visitantes e ainda atrair novos públicos para relacionar-se com a arte. Outra aposta para as mídias digitais é a possibilidade de criar arte ou mesmo de curadoria de arte. O Frye Art Museum de Washington, nos EUA, foi um dos pioneiros nas apostas do mundo digital e criou a campanha #SocialMedium que impulsionou a presença do museu nas mídias, aumentando o número de seguidores e engajando o público. Os resultados tiveram um peso super importante para a instituição: 349% no aumento de seguidores que votaram para a seleção das pinturas pertencentes a coleção fundadora do museu e tornaram possível a exposição virtual, das obras mais apreciadas pelo público. Desta forma, o museu cria uma conexão de pertencimento mais forte naqueles que participaram de um verdadeiro processo de curadoria junto à instituição.
Outro caso interessante, mas agora dentro do cenário nacional, é a das Galerias Bergamin & Gomide e da Fortes d’Loia & Gabriel. Com a pretensão de inaugurar seu espaço expositivo, as galerias que juntas já contavam com a exposição “AAA – Antologia de Arte e Arquitetura” decidiram por disponibilizar a exposição com textos e imagens dentro do ambiente virtual.
Além da preocupação em comercializar as obras de arte em época de pandemia, as instituições culturais tornaram possível contornar os percalços pelo caminho em prol da arte, dando maior importância para a visibilidade e presença destas instituições, dedicando-se na atualização dos sites e na entrega de conteúdo relevante para o público manter-se fiel e envolvido com a arte.
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