O Itaú Cultural e DataFolha realizaram uma pesquisa em Setembro de 2020 sobre o consumo de atividades culturais no ambiente digital durante a pandemia de COVID-19, ao analisar esse material vimos a oportunidade de debater com vocês sobre produção cultural em dança, vamos lá?

Poderíamos pensar que as dançarinas e dançarinos foram os mais afetados pelo isolamento social, pois as atividades físicas como os ensaios, os treinamento físico e práticas relacionadas a academia tiveram que se restringir ao espaço casa.

Sabemos que as realidades são muito distintas, há quem viva em grandes espaços e tenha à sua disposição, por exemplo, um quintal confortável e há quem possua apenas poucas metragens de um apartamento para adequar todas as movimentações corporais.

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Essa primeira dificuldade de espaço não se limita apenas ao tamanho, deve-se levar em conta a organização dos móveis e cômodos, ao barulho que se pode ou não fazer ali, ao compartilhamento do ambiente com quantas pessoas, enfim muitas adversidades que entraram no caminho daqueles que dançam.

A falta da prática física somada à ansiedade, pressão e medo em virtude da instabilidade sanitária, econômica e artística do país interferiu diretamente na performance das e dos dançarinos.

homem dançarino dançando

Sentimento de maior cansaço, menos energia, menos elasticidade e mais distantes das técnicas, tudo isso torna árduo o equilíbrio entre a pausa e o ato de dar vazão aos sentimentos ruins e tentar se restabelecer nessa nova organização do trabalho dentro de casa.

No Brasil, o caminho de reestruturação foi pela parceria e pela união. Dançarinas e dançarinos se colocaram em movimento e ofereceram aulas à distância, individuais ou em grupos, além de persistirem em continuar os ensaios dos grupos e companhias de maneira virtual: todos em frente aos computadores e celulares se alongando e passando coreografia.

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Quando sozinhos, filmaram pequenas cenas ou alguns movimentos e postaram nas redes sociais, trazendo para quem assiste, um frescor de vida, e para quem faz, uma motivação.

A presença no virtual engajou os praticantes a saírem do sedentarismo que tomou conta de seus corpos e provocou novos relacionamentos tanto pela possibilidade de dançar com pessoas de outros estados, conhecer outros profissionais e até desenvolver projetos inovadores e criativos, quanto para acessar distintas pessoas e talvez agregar novas alunas e alunos.

Pensando no aumento da oferta de aulas e materiais que estimulam a prática de dança oferecidos ao público em geral, é de se esperar que tenha crescido também a procura por essa atividade cultural.

Por isso, traremos aqui os dados da pesquisa do Itaú Cultural em parceria com o DataFolha. A pesquisa foi realizada por chamada telefônica com mulheres e homens de idades variadas entre 16 e 65 anos e de todas as classes econômicas. Ao total foram 1521 entrevistas, sendo 42% em regiões metropolitanas e 58% em cidades do interior.

Para os participantes do estudo, o tempo médio de utilização da internet aumentou e 90% dos acessos são advindos do celular. Aprofundando mais na questão da arte, 56% dos entrevistados concordam totalmente ou em parte que houve aumento no interesse por atividades culturais online e quando questionados sobre quais atividades despertaram  interesse, 39% declararam aulas de dança gravadas.

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Esses dados demonstram que as ações que têm sido feitas tanto por órgãos culturais, quanto por artistas independentes, não apenas alimentam o desejo de continuar se desenvolvendo artisticamente, mas são também respostas a uma demanda do mercado.

Não podemos esquecer que a arte movimenta a economia e agora sua massiva presença no meio digital amplia este campo de ação.

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