O Impressionismo foi um movimento artístico surgido na França que ocorreu principalmente entre 1860 e 1880. O clima nas principais capitais europeias era de otimismo e avanço tecnológico, o que caracterizou uma época chamada de Belle Époque.
Neste meio, surgiram os impressionistas: jovens artistas franceses que começaram a questionar a arte acadêmica e a produzir arte sem uma preocupação com mensagem social ou moral.
Preocupados com a luz natural e suas variações, as principais quebras com a academia foram saírem do ateliê para pintar ao ar livre e a interpretação das sombras não somente como pretas e escuras, mas como diversos matizes.
Por conta da influência da fotografia, suas pinturas eram realizadas com rapidez para captar a luz do momento e, de certa forma, reproduzir o congelamento da imagem feito pela foto. Com isso, eles não procuravam misturar as cores, mas justapô-las em pequenas manchas, criando uma espontaneidade na pintura.
A primeira exposição do grupo foi realizada em 1874 e não foi bem aceita. O estilo foi julgado indisciplinado e uma afronta ao público habitual do academicismo. O crítico de arte Louis Leroy disse que o quadro de Monet “Impressão, nascer do sol” (1872) era uma impressão e nada mais, e assim surgiu o nome do movimento: Impressionismo.
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Por outro lado, o escritor e também crítico de arte Émile Zola, que era próximo dos pintores Cézanne, Degas, Monet e Manet, foi um grande defensor do impressionismo, tanto que Manet pintou o quadro “Nana (1877)”, baseado em uma personagem do escritor.
Principais Artistas
- Auguste Rodin (1840-1917) foi um escultor francês considerado por muitos o precursor da escultura moderna. Seu trabalho era focado em deixar algo para a imaginação do espectador, de modo que ele desprezava o acabamento externo e costumeiramente deixava parte da pedra em estado bruto
- Claude Monet (1840-1926) foi um pintor francês dedicado à representação do instante e, por isso, não se dedicava tanto aos detalhes.
Por causa disso, recebeu diversas críticas no decorrer de sua carreira. Era muito interessado na pintura ao ar livre e nos efeitos da luz, de modo que pintava as mesmas paisagens em diferentes horas do dia e épocas do ano
- Édouard Manet (1832-1883) foi um pintor francês que, embora impressionista, era bastante influenciado pelo realismo. Utilizava jogos de luz e sombra, além de formas simplificadas. Sua temática buscava mostrar a vida da época, e não temas impessoais, como os artistas da sua geração
- Pierre Auguste Renoir (1841-1919) foi um pintor francês que trabalhava bastante a percepção da profundidade e o colorido intenso. Sua temática refletia o cotidiano da elite parisiense do final do século XIX, o otimismo, nus ao ar livre, retratos e naturezas mortas
- Edgar Degas (1834-1917) foi um pintor, escultor, gravurista e fotógrafo francês. Ao contrário da maioria dos impressionistas, pintava o interior de ambientes e usava luz artificial.
Queria retratar um instante da vida das pessoas, e, principalmente, movimentos e expressões típicos do ballet, sua temática preferida
- Camille Pissaro (1830-1903) foi um pintor dinamarquês que apresentava um trabalho preciso da luz, e o único impressionista que participou das oito exposições realizadas pelo grupo
- Alfred Sisley (1839-1899) foi um pintor francês que conseguia captar matizes bem sutis da luz e homogeneizar água, céu e terra
- Berthe Morisot (1841-1895) foi uma pintora francesa e a única mulher que esteve nas exposições dos impressionistas. Utilizava muita luz natural, fazia pinturas ao ar livre e tinha uma tendência à verticalização de suas pinceladas. Sua temática principal eram os temas domésticos e o universo feminino.
Impressionismo no Brasil
Eliseo d’Angelo Visconti (1866-1944) foi um desenhista, pintor e designer ítalo-brasileiro. Nasceu na Itália e mudou quando bebê para o Brasil, onde estudou arte, e, em 1892, voltou ao seu continente natal para continuar seus estudos, tendo contato com obras de diversos impressionistas.
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É considerado o pintor impressionista mais importante do Brasil, e rompeu com diversas estruturas neoclássicas que eram comuns na arte brasileira.
Impressionismo e o Mercado
Considerado o marchand e galerista dos gênios incompreendidos, Paul Durand-Ruel (1831-1922) trabalhou com artistas acadêmicos para ter recurso para investir nos impressionistas, os quais inicialmente não davam retorno.
Em 1870 abriu uma galeria em Londres, e no mesmo ano conheceu Monet, Pissaro e Renoir, adquirindo algumas obras deles. Sua primeira exposição dos impressionistas ocorreu em 1876 e não foi bem recebida.
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No ano de 1886 organizou uma exposição em Nova York e a partir daí os impressionistas passaram a vender de forma expressiva. O sucesso do grupo junto aos colecionadores americanos chamou a atenção dos europeus, que passaram a comprá-los também. Estima-se que ao longo de sua vida Durand-Ruel colecionou mais de 12000 pinturas, dentre elas aproximadamente 1000 Monets e 1500 Renoirs.
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