Os quadrinhos são narrativas gráficas que fizeram sempre muito sucesso entre jovens e adultos, em alguns casos como os famosos HQ’s da Marvel e da DC, se tornaram adaptações e tomaram as telas do cinema, porém outros modelos, às vezes mais curtos, críticos e humorísticos dominaram as redes sociais.
Os cartunistas e chargistas são contundentes nas informações em suas produções, sintéticos e brincantes, exigem dos leitores, jogo de cintura, interpretação do mundo e abertura aos trocadilhos.
Em um mundo cada vez mais conectado e ágil, a combinação de imagem e textos curtos concedeu as tirinhas e aos cartuns espaço para se desenvolver no mundo digital. Apesar desses formatos terem uma história longa e antiga com os jornais e as revistas, já que a história em quadrinhos começou na Europa, no século XIX, e se expandiu nos Estados Unidos, até estourar mundialmente no século XX, atualmente é nas plataformas virtuais que o gênero faz sucesso.
Los três amigos, é um famoso trio brasileiro formado por personagens fictícios brasileiros de quadrinhos underground e de caráter mais adulto, os personagens são caricaturas dos próprios autores. Los três amigos foi publicado pela primeira vez na edição número 12 da revista Chiclete com Banana, no ano de 1987. Os artistas em questão eram Angeli, Glauco e Laerte. Em 1994, Adão se juntou ao trio e colaborou com as histórias.
A partir dessa experiência, cada artista foi se desenvolvendo e se consolidando e, dessa forma, Laerte Coutinho é hoje uma das principais artistas brasileiras que trabalha com cartum e charge. Em seus trabalhos vemos o exercício artístico das tirinhas com tons sátiros e posicionamentos políticos.
Na carreira profissional, Laerte passou pela Veja, IstoÉ, Estadão e Folha de São Paulo. Hoje em dia, a artista possui um perfil no Twitter, no Instagram e publica suas produções em um blogspot, além disso, recentemente um documentário intitulado “Laerte-se” foi produzido em parceria com a Netflix e está disponível na plataforma.
Passando de artista à personagem, uma figura famosa do universo dos quadrinhos que podemos citar é a Mafalda, uma criança de 6 anos que questiona os problemas sociais e luta pela paz mundial. A menina é criação do artista argentino Joaquín Salvador Lavado Tejón, mais conhecido como Quino, uma das dez personalidades argentinas mais conhecidas no século 20.
As tiras de Mafalda tem mais de 50 anos de existência, já que começaram a ser publicadas em 1964 na Argentina, mas toda essa distância temporal não interfere nos conteúdos e nas inquietantes perguntas feitas pela garota que continuam conversando com o nosso tempo.
A produção de Quino buscava respostas para situações globais, como a guerra, refletia sobre disputas ideológicas, além de comentar questões cotidianas, o que realça o caráter de universalidade e atemporalidade da obra.
E se depender da internet, as artes de Quino continuarão sendo veiculadas e disseminadas, afinal o mundo virtual permite que as produções artísticas possam ser propagadas e registradas de maneira mais prática. Mafalda poderá habitar nosso imaginário por muito tempo ainda!
Mobilidade e engajamento de produções artísticas nas plataformas virtuais
Com a crescente das redes sociais, os cartunistas podem expor seus trabalhos em perfis do Facebook, do Instagram ou em sites e blogs pessoais, fazendo com que seus trabalhos cheguem a um público maior e estejam disponíveis a compartilhamentos e leitura quase que instantaneamente.
E a audiência, por sua vez, possa consumir as produções direto dos artistas, compreendendo melhor os processos de elaboração, diversificando seu contato com a arte e tecendo relações de identificação.
No Instagram, a ferramenta de carrossel, permite a publicação de várias fotos em sequência em um único post como se fosse um álbum, é interessante para quem trabalha com tirinhas, já que esse dispositivo possibilita que o leitor não veja logo a narrativa inteira e tenha que deslizar a publicação para o lado com a intenção de saber o desfecho da história, gerando, assim, uma experiência mais imersiva e curiosa.
Percebemos, portanto, que a necessidade de reinvenção, principalmente durante a pandemia de covid-19, este momento de algumas limitações profissionais para os trabalhadores da arte e da cultura, abriu novas portas e fez com que olhássemos para a tecnologia que nos rodeia buscando usufruí-la dela de uma maneira que agregue o trabalho artístico.
Para os quadrinhos, charges e tirinhas, sair do papel e ocupar as páginas virtuais, feeds e perfis online foi um passo importante, que agregou novos amantes do gênero e movimentou o mercado artístico.
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