A curadoria de arte faz parte da instância da Reflexão Crítica do sistema da arte. Por isso, na arte contemporânea é um dos agentes mais importantes na legitimação da carreira de um artista.
Essa profissão se iniciou nos museus, através do cargo de conservadores do acervo, responsáveis por preservar, analisar e expor as obras. A curadoria como é exercida atualmente, onde o curador exerce o papel de criador da mostra nos mínimos detalhes, surgiu a partir da década de 1960, sendo um dos pioneiros o historiador suíço Harald Szeemann.
Uma de suas exposições mais famosas foi em Kunsthalle Bern, na Suíça, em 1969, e se chamou “Live in Your Head. When Attitudes Become Form: Works-Concepts-Processes-Situations-Information”.
Esse evento reuniu artistas emergentes de diversos países, incluindo Marcel Duchamp, e cujos trabalhos ainda não estavam classificados dentro de nenhum movimento artístico, e, posteriormente, viriam a originar a Arte Povera, Land Art, Pós-minimalismo e Arte Conceitual.
E o que faz um curador?
O curador de arte tem diversas funções. Basicamente, ele desenvolve maneiras para a interpretação da obra pelo público. Por isso, seu trabalho envolve planejamento e execução de exposições, além do diálogo e da organização das obras exibidas, preservação de patrimônio, escrita de etiquetas de obras, criação de catálogos, escrita de textos de apresentação e portfólios de mostra, visto que é função dele o registro do evento para constar na história, e o desenvolvimento do programa do educativo.
Esse profissional pode, ainda, escrever projetos de exposições, planejar a exibição de somente uma obra de arte, como na casa de colecionadores, ser um pesquisador e escritor de arte, e, se trabalhar para uma instituição, ajudar na seleção de obras para aquisição e nas que serão recebidas por doações.
Os curadores que trabalham para uma instituição específica selecionam propostas de exposições de acervo externo, mas também realizam mostras com o acervo interno.
Há ainda o curador independente, o qual não tem vínculo com nenhuma instituição e é contratado por projetos, por diferentes galerias e centros culturais. Parte destes curadores, ainda, realiza o projeto da exposição e busca financiamento privado ou governamental, como por meio das leis de incentivo.
E como se forma um curador?
Para atuar como um curador no Brasil, não é necessária a formação em nenhuma graduação específica, porém é aconselhável uma formação na área de humanas, visto que é exigida uma facilidade em se comunicar e uma visão crítica, analítica e múltipla sobre diversas obras de arte.
Como um profissional que tem que costurar diálogos e perspectivas, é necessária uma bagagem cultural, além de um conhecimento aprofundado em história da arte e arte contemporânea; noções de expografia, museologia e crítica de arte.
Existem diversos cursos livres de curta a média duração no Brasil, assim como algumas pós-graduações, como:
- Arte: Crítica e Curadoria, da PUC-SP;
- Curadoria e Montagem de Exposições, da FPA;
- Museologia, Colecionismo e Curadoria, da Belas Artes;
- Estudos e Práticas Curatoriais, na FAAP;
- História da Arte e Curadoria, na PUC-PR.
Já das graduações, a única com enfoque na profissão é a de “Arte: História, Crítica e Curadoria”, na PUC-SP, coordenado por Cauê Alves, mas também há formações similares como dos cursos de Artes Visuais, História da Arte, Museologia, Comunicação Social e Jornalismo.
No final das contas, a formação de um curador se dá principalmente pelo contato com exposições e a experiência prática nas equipes de educativo ou curadoria de museus.
A curadoria é muito importante não somente para a legitimação artística, mas também para criar o diálogo entre público e artista, e, com isso, a circulação da arte, do conhecimento, e a ampliação de pontos de vista sobre diversos assuntos.
Gostou do conteúdo? Compartilhe nas suas redes sociais, e não esqueça de acompanhar as nossas redes no Instagram, LinkedIn, Twitter e Facebook.