Linha do tempo
Quando a gente ouve falar sobre storytelling, nem sempre refletimos que essa prática é antiga e praticamente intrínseca ao ser humano, afinal estamos sempre elaborando narrativas, relatando acontecimentos e partilhando nossos pensamentos com outras pessoas.
De acordo com o site BigFish Presentations, o registro mais antigo de contação de história de forma visual é noto nas pinturas rupestres datadas de 15.000 a 13.000 a.C, encontradas no ano de 1940 por crianças francesas nas cavernas de Lascaux, no sul da França. A série de pinturas retrata eventos cotidianos daquele tempo histórico, como a prática de caça e realização de rituais.
Saindo da esfera visual e considerando o universo das letras, histórias e poemas, literaturas em geral foram desenvolvidas e escritas muito antes do surgimento do livro impresso no século XV. Oficialmente, a epopeia mais antiga e mundialmente conhecida é a Gilgamesh, escrita por volta de 2.000 a.C e descoberta em várias placas de escrita cuneiforme – isto é, em forma de cunha – típica dos sumérios. O poema relata as aventuras do rei da cidade de Uruk, Gilgamesh, e seu desejo e busca por imortalidade.
Avançando no tempo e voltando o olhar para a Grécia Antiga, podemos tomar como exemplo os sofistas, grandes pensadores gregos que se utilizavam de discursos públicos para conquistar os ouvintes. Estes possuíam uma incrível capacidade de argumentação e discursos fascinantes, de grande poder de persuasão.
Em resumo, a construção de histórias sempre esteve presente em nossas vidas, nos permitindo estabelecer contato com o mundo e com as outras pessoas, transmitir conhecimentos aos nossos semelhantes e registrar narrativas, já que é uma forma eficiente de expressar vivências, inquietações e buscar sentido para a vida.
Como o storytelling te beneficia artisticamente?
Atualmente o storytelling (narração de história) é um recurso muito importante em diversas áreas, pois cria vínculo entre as pessoas, transmite ideais, envolve o público e passa uma mensagem. Dessa forma, nada mais natural do que pensar que as artes e os artistas possuem suas próprias jornadas de “heróis e heroínas”, e portanto, podem narrar suas vivências artísticas e pessoais.
Esse dispositivo de conexão, quando aplicado de maneira coerente, pode ser muito útil no marketing da sua produção artística, na construção da persona que consome suas obras, seus bens e serviços e no relacionamento que se estabelece entre esta oferta e venda.
Uma pintura, uma peça de cerâmica, uma peça de teatro, uma composição musical, um número de circo, um livro, enfim todo e qualquer material artístico passou por etapas, enfrentou dificuldades e se materializou no mundo com o propósito de dialogar com os interessados, apreciadores e consumidores. Os artistas, por sua vez, tiveram momentos de desânimo e alegria, obtiveram apoio e ampliaram as habilidades, ou seja, traçaram a doce e amarga trilha que é a criação de arte.
Revelar para quem vai adquirir seu serviço cultural e artístico, a narrativa que te constitui como pessoa e como profissional, reorganiza a comunicação, alimenta seu posicionamento, seja no mundo offline, seja nas redes sociais, te humaniza e colabora para a criação de empatia.
Consequentemente, o valor agregado aumenta e as trocas entre quem produz e quem consome, amplia-se para além do material, você não estará apenas vendendo uma obra e alguém apenas comprando-a, vocês estarão trocando continuamente símbolos, emoções, vivências e experiências. Tal relação entre artista e público tem sempre a capacidade de alcançar níveis mais duradouros e mais frutíferos.
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O storytelling colabora inclusive para te provocar a ir mais longe, buscar respostas e se repensar dentro do contexto atual. Por exemplo, se sua maior preocupação é descobrir quem é seu público, invista no diálogo, utilize principalmente as mídias sociais, conte algo sobre você e lance o mesmo questionamento para quem te acompanha, se relacione com os sonhos e frustrações dessas pessoas, tal abertura fará você compreender melhor como se comunicar, o que oferecer e pode gerar inspiração para suas obras futuras e possíveis conteúdos, afinal tudo é história. Que tal começar a pensar na sua?
Como você se tornou um artista? Qual foi o seu chamado, sua dúvida, a sabedoria que te impulsionou e seus opositores? Organize essas ideias em um papel, leia em voz alta, compreenda você mesmo e sua arte, tenha domínio dessa fala, por fim, insira as respostas e reflexões na sua comunicação através do marketing pessoal e estratégias digitais, na sua divulgação artística e na sua estratégia de negócio.
Pondere também sobre o networking, quem da sua rede de contato possui uma jornada parecida com a sua? Ou muito oposta, porém complementar? O que você ainda pode aprender? Qual desafio você ainda não supera? Quais conquistas você almeja para sua carreira e o mais importante: quando você as quer sendo realizadas?
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