Curadoria de Artes Visuais

A ideia de curadoria surgiu a partir da experiência do colecionismo entre os séculos XV e XVI, colecionar foi uma prática de acúmulo de objetos realizada por parte da elite europeia. Tal colecionismo influenciou o desenvolvimento da organização de salas que abrigavam tesouros, obras de arte, bens e objetos roubados de guerras.

Os proprietários dessas salas eram pessoas com alto poder econômico e social, afinal esses utensílios e produtos provinham de viagens, navegações entre continentes e do contato com mecenas.

Com o passar do tempo, por volta do século XVIII as coleções foram crescendo e se tornando volumosas, necessitando, portanto, de uma organização mais específica e de catalogação. Assim, mesmo que na época a articulação das obras no ambiente de exposição e sua preservação não fosse realizada por alguém intitulado de curador, é possível compreender a ação de curadoria presente na história.

Atualmente o conceito de curadoria extrapola o campo das artes visuais e se aplica a outras linguagens, existem curadores em mostras de filmes, em festivais de música, em festivais teatrais e em feiras de livros, ou seja, é uma atuação ampla dentro do campo artístico, mas que compreende alguns pontos chaves, vamos a eles!

O que faz um curador então?

A primeira associação que vem à mente quando pensamos nessa profissão é o poder de escolha. Escolher qual obra vai integrar aquela exposição em determinado museu ou instituição, por exemplo, e de fato, o caso mencionado é parte do processo de curadoria, porém há muitas camadas para além dessa decisão.

De um modo geral, os curadores são responsáveis pela concepção, planejamento e execução de uma exibição, cabe a eles pesquisar itens, negociar preços, manter os catálogos atualizados e as informações organizadas, montar a programação cultural, desenvolver novas coleções e assegurar a preservação das obras.

A função também exige a compreensão das obras selecionadas, pois é primordial que a ideia do artista seja transmitida ao público e que desperte diversas interpretações do trabalho exposto.

O curador, consequentemente, precisa ser capaz de criar diálogos seja com quem visitará o espaço, seja com os outros artistas que compõem o evento, visando assim integrar a totalidade de uma exposição e assegurar a articulação dos processos simbólicos envolvidos tanto na criação artística, quanto na apreciação.

O curador pode ser um grande aliado dos artistas, afinal pode agrupar vários profissionais em torno de um projeto específico e assim gerar relacionamento, trocas e incentivo.

Essa parceria é importante principalmente quando artistas se sentem distantes do mercado ou estão há algum tempo sem integrar nenhuma exposição, deste modo o resgate de artistas deslocados da cena e a atenção para novos destaques, marcam a importância da comunicação que o curador estabelece no mercado de arte.

Uma parede com quatro quadros de arte pendurados

Curadoria independente

O profissional que exerce a função de curador independente é aquele que não está vinculado de maneira fixa a nenhuma instituição. Ele pode trabalhar em diversas galerias, centro culturais e espaços alternativos, normalmente é mais especializado em alguma área de projeto e busca realizar curadoria de temas que coincidam com sua linha de pesquisa.

Hoje em dia, a curadoria independente se aproxima muito dos artistas contemporâneos pela reivindicação destes por uma gama maior de diversidade de raça, gênero e classe nos espaços de arte.

Ademais, os artistas progressivamente estão se inserindo profissionalmente nas redes sociais, permitindo que sejam encontrados e divulgados, chegando desta forma, a possíveis curadores, que por sua vez, se interessam por novos projetos e ideias.

Pelo meio digital, os curadores têm acesso a uma infinidade de profissionais, de diferentes regiões do Brasil e com variadas linguagens.

Tendo em vista os aspectos observados, cada vez mais o curador funciona como uma espécie de mediador entre obra e público, entre artista e instituição, e agora, entre o virtual e o mercado. O curador como agente da indústria artística, pode, portanto, catalisar mudanças relacionadas à experiência da exposição e a diversificação de artistas no cenário cultural.

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